Passei o domingo todo pensando em uma citação de Paulo Coelho 'Tudo que acontece uma vez poderá nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, certamente acontecerá uma terceira.'
Mas até quando e até que ponto repetir a dose trará à minha vida a tão sonhada normalidade?
Sei e sinto que preciso ficar sozinha para me sentir viva, preciso de silêncio para acalmar meus pensamentos e sentimentos.
Hoje eu queria sair por aí, não queria companhia, queria apenas caminhar entre as ruas e observar as pessoas. Por que o ser humano é assim?
Por que rasgamos com palavras o coração de quem mais nos ama, de quem faz tudo para nos ver bem?
Estou com lágrimas trancadas, e mesmo que eu tente expulsá-las, acho que elas já fizeram habitat dentro de mim. Embora eu esteja triste e melancólica, eu sei que sou feliz, sei que sou capaz de passar por cima de tudo isso, colocar um belo sorriso no rosto e consolar quem realmente precisa de mim.
Me sinto sozinha e talvez isso não seja lá tão ruim, talvez um dia eu dê risada de tanto sofrimento, de tanta preocupação, de tanto medo.
Essa é a palavra-chave: medo. Medo de tanta coisa que se perde aqui dentro, mas o que me tira o sono é o medo de não ter você novamente por perto quando eu mais preciso de ti. Sim, eu tenho essa necessidade. Mas para alguns isso é bobagem, é cedo demais...
Tudo o que eu preciso é simples demais para ser entendido e infelizmente não entendem isso. Dizem que é um tipo de proteção. Qual? Alguém me explica, porque faz séculos que me sinto perdida no meio desse caos tentando amenizar a situação, ser forte, fingindo estar tudo bem. É obvio que não está e você não percebe. Ou finge porque simplesmente não se importa?
Sei que tem seus problemas, todos temos, mas quanto tempo perderia?
Alias, estaria perdendo seu tempo ou ganhando comigo? Até quando adiará? O tempo é curto, entende?
Sei que tudo o que busco e preciso está dentro de mim, mas percebo que eu penso demais nos outros e acabo esquecendo que eu também tenho vontades e sonhos.
Essa semana tem sido decisiva para todos... Não deixo de me preocupar com seu bem estar e tudo mais. Mas eu não posso simplesmente embarcar sem dizer adeus e quem sabe repetir pela ultima vez a dose...

Bom dia gente! Aproveitando o tempo disponível enquanto estou aqui recebendo minha quimio querida, afinal são 5 horas paradinha... Passei para dizer o quanto estou feliz com uma notícia boa que acabei de receber...
Eu já imaginava que semana que vem minha vida mudaria mas nem tanto...

Em meu ultimo post eu escrevi sobre adiar a vida e tudo o mais...
Foi um desabafo como tantos outros mas também uma dica para alguém em especial, que não se dá conta da importância que tem em minha vida e o impacto que a ação dela e/ou a falta da mesma, causa em minha vida...
Decidi em um ultimo apelo, conscientizar que não somos eternos. Ao menos a minha forma física, a Amanda Karolina, tem um prazo de validade. E o mesmo, em questão, já esta sendo prorrogado.
Mas o que fazer quando a ação esperada não acontece?
Sim, eu sei que esse é mais um dos meus erros insanos de criar expectativas em cima de algo/alguém que simplesmente não pode retribuir a altura e não gosta que eu projete algo para o futuro...
Sei exatamente o que eu mereço e sabemos que não é pouco, não precisa repetir na tentativa de me afastar. Afinal, todos merecemos o melhor de cada um que nos cerca.
Mas permita que eu faça as minhas escolhas e adiar não é mesmo uma escolha sensata neste momento. Penso em tanta coisa e saber que não tenho poder de decisão, me deixa irritada, frustrada.
Mas fracassei em minha ultima tentativa de tentar abrir seus olhos e talvez seu coração para que parasse de adiar...
Percebi que sou apenas mais uma amiga sem valor nem lugar.
Continuo sendo adiada...
E como para um bom entendedor, meia frase basta.

Cambio, Desligo.

Não é fácil lidar com as rejeições, muito menos quando quem rejeita é o seu organismo e quem é rejeitado nesse caso é a chance de volta a vida normal.

Na luta pela vida, você é simplesmente levado e como por um milagre consegue um doador e todos os seus planos mudam de repente.

Sinto que estou mudando com os acontecimentos. 

Ultimamente me sinto frágil, fraca, limitada e sem forças para seguir adiante. Sim, estou com medo. 

Eu cheguei onde desejava. Planejei, batalhei e consegui. Mas parece que falta algo, e realmente falta. Eu estava acostumada a ter sempre ao meu redor as pessoas que me amam de verdade, e de repente tive que deixar tudo para ir em busca daquilo que chamo de sonho. 

Espero que seja normal sentir o que estou sentindo. Que seja somente efeito dos remédios e por estar longe da minha familia. Espero que logo eu consiga me desprender deles, afinal preciso aprender a caminhar sozinha, "com minhas próprias pernas". Mesmo com medo eu seguirei em frente. 

Tanta coisa que sinto falta. Você faz falta na minha vida. É horrível acordar todos os dias e perceber que aquele beijo não vem mais, entende? Hoje só estou aqui por causa de você. Porque você é o cara que me pôs para cima o suficiente para não desistir no início! Eu só quero vencer na vida. Viver se possível. A grande maioria só sabe usar as pessoas. Mas você... Você as vezes parece que nem existe. Te amo é pouco e a falta que me faz não pode ser substituída por nada. 

A porta se abriu. Esperei tantos anos por isso. As coisas mudaram. Muitas perderam o sentido e outras ganharam. Não dá para seguir em frente e deixar o medo no meio do caminho. Infelizmente ou felizmente, sei lá, ele segue comigo em minha "bagagem". Mas ele sempre fica naquele bolsinho de moedas. Aquele bem pequeno; Pois além do medo eu carrego a esperança, o amor, a paz, as amizades, os momentos e tantas outras coisas que são muito maiores que o medo. 

O medo faz parte, com certeza, mas ele não é o mais importante. Talvez seja só o que nos desafia. A coragem é o que nos move, o que me faz estar aqui, agora, reinventando todas as circunstâncias possíveis e com esperança de que o amanhã sempre será melhor. 

(...) Se amanhã não for nada disso 

Caberá só a mim esquecer 

e EU VOU sobreviver (...)

Amor de amigo é uma coisa engraçada! É diferente de amor de pai, de mãe, de irmão, de namorado...

Amor de amigo é amor que completa a gente. Um amigo não precisa estar com a gente o tempo todo, porque amor de amigo vende a distância.

Amigo que é amigo mesmo pode até ter outros amigos por que amor de amigo nunca acaba. Se multiplica.

Tem amigo de tudo quanto é jeito: de infância, de escola, de bairro, de faculdade, de teatro, de balada, de internet, de DO's, de pernoites, amigo de amigo...

Tem amigo até que a gente nem lembra de onde veio. E cada um deles tem um espaço guardado na memória e no coração.

Amigo é amigo por que está presente nos momentos mais importantes da vida da gente : o primeiro beijo, a primeira festa, a primeira desilusão amorosa, a aprovação no vestibular ou no concurso tão esperado, um piquenique, um dia de praia, um dia de tombos na fazenda, ou até um almoço de domingo.

A todos os meus amigos, desejo que conquistem cada dia mais amigos.

E que esses sejam verdadeiros enquanto durem.

Por que amor de amigo não cansa de amar nem acaba por desencanto.

Cambio, Desligo.

E agora? Já não sei mais se é saudade ou se realmente fiz a escolha errada. Uma agonia parece querer tomar conta de mim. Aos poucos eu vou perdendo a vontade de tudo, o prazer nas coisas que mais gostava e acabo me tornando apenas desilusão e fracasso. 

Será possível que eu esteja correndo atrás do vento? Que tenha apontado tanto para um caminho e esteja seguindo outro? Eu não quero acreditar nisso. Não pode ser! Eu sempre quis estar aqui, não quis? Batalhei, larguei tudo, abri mão do que tenho de mais importante pra estar aqui e parece que não esta valendo apena. Parece que aqui não é o meu lugar. Me sinto perdida. Mais que isso, me sinto vazia.

Estou desesperada, mas nem posso contar isso a quem mais amo e que pode me ajudar de verdade. Talvez eu possa, mas não consigo, meu orgulho é maior que tudo e talvez seja ele quem tenha me trazido até aqui e não meus esforços.

Não sei de mais nada, só sei que isso tudo não faz mais sentido.

É tão complicado lidar com rejeições, não é? E sempre que elas acontecem nós criamos uma barreira, construimos monstros. Creio que todos temos muitos monstros que tememos. É difícil até mesmo pensar em enfrentá-los. Geralmente ficamos traumatizados com algumas coisas que acontecem em nossa vida e isso se torna um grande problema.

Eu tenho traumas. Tenho monstros dentro de mim. Sou o tipo de pessoa que exige muito de si mesma, mas ao mesmo tempo não sou tudo o que queria ser. As vezes não consigo ser, sabe? Tem dias que me falta vontade, que perco o ânimo e até mesmo o foco. É difícil.

Não temos noção do tamanho dos monstros que criamos. Muitas vezes eles são minúsculos, mas, por sermos tão covardes, não nos sobra coragem nem para sequer olha-los de perto. No máximo enxergamos sua sombra, que nem sempre diz muito sobre este monstro. Muitas vezes até nos engana. Pensamos que ele é maior do que realmente é.

Eu sou covarde, confesso! Tenho medo de enfrentar meus monstros, mas sempre quero que as pessoas, que os "outros" enfrentem os seus. O que acaba me tornando mais covarde ainda. Talvez meu maior monstro seja o medo de enfrentar o medo.

Que eu e você possamos enfrentar nossos monstros. Que sejamos corajosos o suficiente para provar, antes de tudo a nós mesmos, que conseguiremos; Pois de nada adianta somente ajudar os outros a enfrentarem seus monstros se nunca enfrentarmos os nossos próprios monstros.

Seu resto jogado no escuro. É isso que deixei após minha partida precoce e minha saída silenciosa. Fiz-lhe um bocado de cafuné, esperei você pegar no sono mais profundo e só fui embora quando seu sorriso leve finalmente chegou, dizendo que seu primeiro sonho havia começado.

Saí sem fazer alarde e, dessa vez, diferente de todas as outras, não bati o dedinho do pé na quina de sua cama e nem precisei apalpar suas paredes sempre tão magnéticas para meu nariz. Não precisei nem acender a luz do quarto, apenas tirei meu peito debaixo de sua cabeça e, no lugar dele, deixei meu travesseiro lotado do meu cheiro para que não notasse minha fuga.

Sem fazer qualquer barulho, poderia ter a audácia de abrir suas gavetas, armários e pastas do computador, para apagar de vez todas as provas e rastros daquilo que havíamos vivido até ali. Calcei a sandalia que morava ao lado de seu sapato e na mão levei apenas o celular, com dor no peito, sem uma foto para recordar, meu anel te deixei com esperança de um dia retornar... Por fim, para tentar poupar-lhe de qualquer nó na garganta ou esbarrão imprevisível com a saudade, apaguei do seu computador as fotos sorridentes que havíamos tirado naquele Réveillon que passamos em Santiago e joguei na lixeira aquela playlistque ouvíamos em looping eterno enquanto varávamos a madrugada entre goles de qualquer coisa etílica e cigarros euforicamente acendidos um no outro, como se fôssemos imunes ao câncer e à falta de ar.

Desculpe-me por ter saído sem que pudesse notar, por ter me desfeito de nossas impressões digitais sem que você tivesse a chance de me contrariar e por não ter deixado nenhum mísero recado na sua geladeira explicando o motivo que me fez deixar nosso amor inteiro em pedaços.

Eu realmente precisava ir, e só saí antes da hora porque queria levar comigo somente as lembranças imaculadas do nosso auge e sabia que só assim conseguiria fazer com que nosso caso durasse para sempre. Eu saí de fininho naquela noite, pois não queria esperar mais e correr o risco de presenciar a natural decadência de nossa gana incontrolável. Eu saí antes que nossos beijos infinitos virassem apenas selinhos apressados, sem gosto, presença de língua ou demonstração de fome. Eu saí antes que faltasse conversa em nossos passeios de domingo e antes que o volume do som do carro não fosse mais diminuído para que pudéssemos ouvir o som de nossas vozes. Saí antes de virarmos rotina, silêncio irreversível, acomodação covarde e pena um do outro. Eu saí morrendo de vontade de continuar ali, com meu pé encostado no seu e meu braço dormente debaixo de seu pescoço, mas sabia que precisava ir enquanto ainda havia tempo para congelar aquele sonho, perfeito como só ele foi.

Cambio, desligo.